O quanto a falta de humanização na medicina, nos afeta.

  

      Bom, vivemos em 2020 uma época de pandemia. E do lado de cá, (meros estudantes), foi traumático lidar com que, em um momento, estávamos na escola, se divertindo, saindo com os amigos, tendo a mesma rotina há anos, e de repente, as pessoas começam a morrer, ficam presas em casa e usam máscaras para poder sair na rua. A comunicação foi ficando cada vez mais escassa, e o fato da convivência afetar ainda mais o psicológico, claro que isso foi para crianças como eu, que tiveram pais que não eram nada compatíveis, mas, esqueceram um do outro com a rotina corrida, e de repente são obrigados a conviver todos os dias, na mesma casa e sem poder fugir da companhia um do outro, como se estivessem em um campo de guerra com o inimigo junto a eles. 

 Tirando as coisas pessoais e o grande número de aumento de depressão, ansiedade, manias, crises psicóticas e dificuldade na socialização. Vamos ter uma visão médica sobre esse mundo pós-Pandemia.

  Tive uma conversa com uma técnica de enfermagem e discutimos um pouco sobre o mundo pós-Pandemia. Ela me contou tantas coisas que me fez questionar a humanidade, sendo sincera. Acho interessante associar a Covid como um inimigo que o batalhão da frente (médicos) estava enfrentando. Enquanto nós estávamos sofrendo as consequências dele, os médicos estavam sofrendo ainda mais, e vou contar o porquê.

   Nos hospitais, a verba era pouca, eram mais pessoas do que o hospital poderia aguentar, muitas das vezes as pessoas morriam porque uma paciente de cirurgia estava junta com alguém que estava contaminado com a Covid 19. E infelizmente alguns morriam de fome, porque a carga horária era tão pesada para tão pouco técnico, que alguns pacientes faleceram pela falta de higiene, ou pela falta de nutrientes. Caso você não saiba sobre a proliferação do vírus e os efeitos dele, pode deixar que te explico. O vírus da COVID 19 pode se propagar de pessoa para pessoa por meio de gotículas do nariz ou da boca que se espalham quando alguém doente tosse ou espirra.

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    A técnica de enfermagem me contou que, na maioria das vezes, eram deixados somente três técnicos para fazer o trabalho todo (cuidar de mais de 40 pacientes), e geralmente todos estavam graves. Se você não entende a dificuldade disso, pense você sozinho tendo que carregar um idoso que pesa 90 kg. Ter que entubá-lo, fazer medicações e, quando você ver, outro paciente seu está tendo uma parada cardíaca e outro está tendo uma reação alérgica, o que você faria primeiro? É uma escolha difícil, né?, então. As pessoas da área da saúde foram submetidas a esse tipo de escolha. Foram colocadas num lugar em que tinham que decidir quem ia viver e quem ia morrer, porque os pacientes eram muitos, as medicações e aparelhos eram poucos, e o espaço também. 

    Isso só me faz pensar no quão negligente o governo na época foi, por incentivar o não uso da vacina da COVID 19. Não só foi um desrespeito para com os trabalhadores da área da saúde, como foi um pedido suicida, já que as pessoas foram influenciadas e decidiram não se vacinar e proliferaram ainda mais o vírus, cada vez mais, um ciclo repetitivo. 

Está vendo que a política está, sim, em tudo? É curioso escrever e perceber esses detalhes.                        

   É curioso pensar que a frase que mais me marcou, durante minha conversa com ela, foi “pensei que o mundo se juntaria e tentaria combater o vírus, mas foi o contrário, o número de abusos aumentaram, as negligência e golpes também, e a falta de empatia com a família e os outros pioraram, é como se em momentos de crise, as pessoas só mostrassem o pior delas, se tornam egoístas, vazias”. 

  Entrando no tópico sobre a falta de humanização na área da saúde, creio que tudo começa quando as pessoas têm uma visão romantizada da medicina. Não, a medicina não é tranquila, não são sorrisos para lá e para cá, e não é só dinheiro também. Pessoas que costumam entrar na medicina por dinheiro se tornam profissionais ríspidos, e muitas das vezes fazem o trabalho com preguiça, sem saco e sem vontade e paciência alguma para com o paciente. Um exemplo disso foi durante essa conversa, a técnica me contou um caso. Um médico muito ríspido e estressado deu a notícia de um familiar com câncer gritando com ele, e foi o maior escândalo nesse dia. Isso me faz refletir na sociedade, será que somos bons sempre ou depende da situação? Será que o ser humano é realmente hipócrita ou só é cruel? Bom, espero conseguir essas respostas algum dia. 

   Por fim, é curioso pensar em como as pessoas estão preocupadas com o vício dos adolescentes na internet, porem, se esquecem que no período da pandemia a única forma de se comunicar era através da tecnologia, e é óbvio que de um dia para o outro, depois de 2 anos, foi difícil se readaptar a um novo mundo. Muitos adolescentes e crianças desenvolveram ansiedade social, crises de pânico e diversos transtornos por conta disso. E é interessante pensar que muitos adultos só acharam "frescura" como os adolescentes ficaram depois da COVID 19.

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